Foi a viagem mais excepcional que já fiz. Nepal e Butão. Sozinha
O que aprendi nestes países?
Aprendi a respeitar formas diferentes de ver o mundo e a felicidade. O Butão é considerado um dos países com mais alto índice de felicidade. Aprendi muito com meu guia. Entendi que os butaneses são pessoas que vivem em famílias, agradecem o que recebem, pensam muito antes de falar (eles realmente, ao emitirem uma opinião, ouvem o que você falou para eles). São extremamente religiosos e confiam nos seus governantes. Há pobreza, muitas dificuldades, mas honram seu país e suas famílias, seu passado. Se sentem confiantes e satisfeitos, no que pude perceber.
Vi o quanto o homem pode ser persistente e alcançar resultados extraordinários
Lógico que eu queria chegar o mais próximo possível do Everest. Queria pisar nele! Mas não me preparei, fui no impulso (decidi 3 semanas antes o destino), e era janeiro, pleno inverno. Para me aproximar daquela exuberância toda, me hospedei em um hotel criado nas montanhas com vista para o Himalaia. Um japonês o construiu em uma altitude de 3880 metros! Tive que ficar lá um pouco mais pois o tempo muda de repente e somente uma caminhada de 3 dias ou helicóptero para me tirar de lá... Passei 24 horas olhando para a janela esperando o tempo melhorar, repensando toda minha vida.
Voltei alguns séculos no tempo
Ao chegar, me informaram que devido ao frio nas últimas 24 h, a água tinha congelado nos canos. Recebi dois baldes para o banheiro. Logo percebi que não teria água encanada durante toda minha estadia - não eram somente as 24h, o sherpa (como são chamados os nativos desta região) foi caridoso comigo para não me chocar logo de cara, deixando que o tempo me explicasse... No quarto, somente o lençol térmico aquecia. Meu Ipad não carregava (temperatura no interior do quarto muito baixa). Descobri o significado de "se esbaldar" ao tomar banho com dois baldes de água aquecida. Havia levado um único livro, "Em busca de sentido", de Victor Frankl, que infelizmente terminou logo. Sem novas distrações, do outro lado do mundo (enquanto para meus filhos e meus amigos era dia, para mim era noite, o que dificultava ter com quem conversar) e somente outro hóspede (japonês) no hotel. Me senti no filme "O Iluminado", com Jack Nicholson. Mas adorei cada pedacinho desta viagem, foi uma experiência incrível. Me conta que viagem você faria hoje se nada te prendesse.